22.10.09

CONDENSAÇÃO

O coração aperta enquanto formigas caminham em fila - carregando folhinhas nas costas - voltando para o formigueiro sem se dar conta de como é doloroso existir.

Sem cosciência da existência, sem medo da morte.

Meu coração me estrangula.

16.10.09

PELA PASSAGEM DE UMA CERTA EUFORIA

Porque a melancolia virou obviedade - com chuva então, deveria haver imposto. Alto.
Mas o pequeno gato branco, pula na cama atrás do barulhento elefante roxo, arranha minha perna e me taquicardia.
Seus olhos azuis me injetam a dose mais alta de vontade de não apagar a luz.

6.10.09

TRÊS ANOS DEPOIS


A pessoa morre mas - enquanto você, pelo menos, estiver vivo - o que vocês foram não desaparece nunca.

É a vida eterna entre duas pesssoas - três, no nosso caso, porque tem também aquela vaca baiana.

Às vezes, tenho medo de esquecer a voz da vaca.

Às vezes, tenho medo de esquecer as piadas da vaca.

Medo de esquecer. Não de parar de amar. Não de deixar de sentir.

Melhores amigos deviam nascer como Phoenix ou Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore.

(e acabo não odiando mais o Vasco da Gama por amor aquela vaca)