31.7.05

BLUE = TRISTE

E mais uma vez, eu tenho que te perdoar.

E mais uma vez, você se senta na minha frente, linda e azulada como sempre, diz coisas imperdoáveis que

(no fundo, eu sei, baby)

te magoam muito mais do que a mim - mesmo sendo eu, a eterna menina magoadinha.

Não. Você não está no seu estado normal.
Mas não me lembro mais do seu estado normal.

(Será que eu te reconheceria no seu estado normal? Será que sou dependente do seu desequilíbrio, que preciso dele alimentando minha angústia, impendindo-a de se tornar superficial.)

Tenho usado muitos parênteses. Tenho usado muito você. Como exemplo. Como abismo. Como passado. Eu sempre te imitei um pouco mesmo. Engulo a voz quando falo e tudo. Subo escadas na ponta dos pés e tomo muito remédio para dormir.A grande diferença é que leio compulsivamente, enquanto você chora ouvindo Shummann. E sou carnívora diante do seu prato de cogumelo.

30.7.05

É isso que mantém viva

(descoberto um décimo planeta no sistema solar)

Todas as verdades são transitórias

29.7.05

Uma outra vida é sempre uma grande idéia.

25.7.05

Se tudo ficar, inesperadamente, simples, ainda vou conseguir encontrar algum encanto?Eu que vejo tanta beleza no desespero. Eu que vim atrás. O tempo todo atrás. Sem correr. Descobrindo métodos inertes de locomoção. No pensamento.
Dentro do meu coração tem um núcleo de sons estranhos que me destroem o estômago. E faz meu sangue ferver. Perenemente.
Ainda escuto seus passinhos aqui em volta me impedindo de dormir. Me impedindo de ter confiança. Me impedindo de estender o braço e tocar o rosto que não sai da minha cabeça.

Ah, mas eu quero. Quero sim, baby. Quero que ela conheça meu talento para desenhar no fundo do prato e me equilibrar em palafitas no Mar Vermelho dos meus antepassados.

Se tudo ficar simplesmente para depois. Vou me arrepender necessariamente.

Preciso tomar a pílula fertilizante da atitude surpreendente e espirituosa e, com as palavras e os beijos certos, fazer o que tenho que fazer - debaixo de uma tempestade solar de preferência, com os olhos semi-abertos para não perder o espetáculo.

Eu preciso dizer algo realmente íntimo e relevante.

18.7.05

TODA CURA PARA TODO MAL ESTÁ NO HIPOGLÓS, NO MERTIOLATE E NO SONRISAL.


Há dois passos, simplesmente, estava.
Quem?
O Homem-Gol.
E no que eu estava pensando?

A Patagônia fica na Terra do Fogo.

Tenho que reescrever.
A coisa toda. O amor. A coisa toda:

Não. Nunca mais tive febre.
Nåo que nåo tenha tentando.

(Mas não dá mais para ser bióloga marinha. Nåo depois de responder o questionário Proust no volante do carro em francês, no seu colo)

Eu queria deitar no seu colo

Perdi as frases que queria colecionar, naquela tarde mesmo.

Mas vc. é co-autor.

13.7.05

Eu apostei que voltaria ao ponto em que tudo estaria equilibrado e calmo e doce e com cheiro de gol. Mas que superficialidade. Eu nunca estive nesse ponto. Não eu. A mulher-terminal.