27.10.05

Não mais por isso.

(Eu entendo - como entendo!
Os olhos vermelhos, sempre ardendo.
De alergia e fotofobia. E de outras fobias.
Os olhos são mesmo muito sensíveis a esse tipo de coisa.
E o coração?
O coração é um músculo.
O coração não derrama lágrimas. Não sabe como é exaustivo chorar.
Desconhece o drama dos olhos.
Mas conhece outros.
Que tipo de coisa me entope as artérias?
Ar. Ar puro. Um enorme vão me entope as artérias.
Um enorme vazio dificulta tudo - para o coração.)

Não chore mais.

25.10.05

SIM

É para você que escrevo, hipócrita.

( tudosempreésobrevocêquenãosabeguardarsegredo)

I can't stop loving you - já dizia o Van Halen.

FILME II

Se eu tivesse inventado,
Não existiria "O AMOR".

(e então não seria uma questão de acreditar)


ANOTHER SONG ABOUT LOVE

Se eu pudesse escolher,
Te amava em todas as vidas, baby.
Todas as futuras. Como, certamente, ameis nas passadas. Como, certamente, sempre amei.
Sempre.
Quase não tem importâcia a saudade toda.
Sempre teremos Buenos Aires e sua mentira sobre o Fluminense.
Sempre teremos uma à outra.
Sempre teremos ninguém.

(E ninguém me ama como você)

21.10.05

CONTINUANDO


Antes de pegar este aviãozinho
Tenho que te provar alguma coisa

Eu tentei, não consegui porque
Tem coisas
Que a gente não consegue vencer mesmo

Vou pra outras plagas
Ver se esta minha doença passa
E se eu posso rapidinho
Ter o destino como o de todo mundo.

THIS IS ABOUT LOVE

Todo dia de manhã é o mesmo retrocesso. Aquele eterno acordar proustiano sem mãe. E ainda assim, parece que sempre estou no colo de alguém invísível - talvez alguém do Quarteto Fantástico. Essa é a pior parte. A ausência pressentida.

Até bem pouco tempo havia aqui um colinho acolhedor.
Não. Isso já não faz mais pouco tempo. Já passou. Passou mesmo.
Mas volta, de vez em quando, na hora de acordar.

Porque é difícil acordar e ser. E ter que ser. Alguém que produz. Alguém que vai fazer a coisa certa. Alguém que não vai simplesmente engolir mais uns dois compridos e se aconchegar no edredom.

Eu tenho que dar comida para os gatos, todos os dias de manhã, e eles me obrigam a levantar e desenvolver algum senso de esperança.

Dez minutos, um copo de toddy e uma música dos Los Hermanos depois, pensando em você, recupero minhas forças. Para ir a análise e enfrentar a ciência. Para abrir o jornal e enfrentar o rebaixamento do Flamengo. Para enfrentar o cheque especial. E tantas dúvidas mais relevantes.

Você me alivia o pensamento. É só um alento. É um doce te amar.

Eu sei, eu sei. Só isso é completamente inútil. Ninguém me avisou que o amor em si era inútil. Devia ter lido menos romances e assistindo mais filmes de ação. Ou talvez quem sabe ter aprendido alguma arte marcial. Treinado algum espírito de luta.

De qualquer forma, não é amargo querer-te para mim.

17.10.05

O que eu faço sem você para me gritar que é melhor eu parar com isso de uma só vez?

Sua voz nunca fica estridente quando você grita. Fica forte.

Eu realmente queria nascer de novo. Queria nascer gato.

15.10.05

Vai. Pode dizer.
Fala rápido antes que.
Fala baixo, bem baixo, que não quero ouvir direito. Não quero mesmo.
Mas diz. Pode falar.
Como estão as pontas dos seus dedos?
Dormentes?
As minhas estão. Nem sei mais.
Os desdos dos pés, é claro.
Você sabe do que estou falando.
Não é? Ou.
Esquecer pode não ser uma coisa muito complicada.
Para mim é.
Eu levo anos para esquecer as coisas.
Às vezes, simplesmente, não esqueço nunca.
Por exemplo, você se lembra do que me disse quando tentou me convencer de que sim, que havia outro jeito?
Você disse que. Você me pediu para confiar em você.
Eu confio.
Pode parecer egoísmo, isso tudo.
Pode parecer terrível dizer que não e, ainda assim, insistir.
Mas aceite o fato de que o amor também pode ser puro egoísmo. E isso é péssimo. É verdadeiramente preocupante.
Isso deixa o mundo transtornado.
Confio em você, querida.
Confio em você com meu corpinho de cinco anos. Confio de olhos bem abertos porque você é tão linda que seria um desperdício fechá-los. Confio em você no seu carro inglês, dirigindo habilmente entre os outros, todos esses outros tão desimportantes. Confio em você me enchendo de abacate com açúcar. Confio em você diante dos nossos túmulos. Confio em você me dando a mão para saltar. Confio em você me pedindo para parar. Confio imensamente em você, querida.
Eu realmente te amo.

14.10.05

CONTINUANDO

Benzinho, eu ando pirado
Rodando de bar em bar
Jogando conversa fora
Só pra te ver
Passando, gingando
Me encarando
Me enchendo de esperança
Me maltratando a visão

Girando de mesa em mesa
Sorrindo pra qualquer um
Fazendo cara de fácil, é
Jogando duro
Com o coração, gracinha
Todo mundo tem um ponto fraco
Você é o meu, por que não?
Você é o meu, por que não?

6.10.05

EU CITO QUEM EU OUÇO


Então, minhas orações não são para mais ninguém.