30.7.09

Meu coração está na minha cabeça.



PELA JANELA DO QUARTO




VISTO DE CIMA

29.7.09

FALTAS GRAVES

Tenho dificuldades para não usar tremas e não pensar em suicídio ou morte natural mas precoce, aos 37 anos, como se o câncer que matou minha mãe tivesse se entranhado em mim pelo leite dela, o leite que um dia brotou no seio assim como o câncer.

28.7.09

HERÓIS PROVISÓRIOS

UM COMEÇO PARA O MUNDO

PEÇA UMA MÚSICA



Serafim sempre dorme tranquilo, ao contrário de mim. Invejo meu gato.



O Ari é muito parecido comigo. O mesmo tipo de temperamento, arredio e meio ácido. Atento e cheio de fantasmas, a mãe dele devorou seus irmãos e partiu, quando ele ainda era um pequeno forte e peludo. Seu pai - Bento, que me era tão leal -, nasceu com um rim só. Justamente o rim, esse órgão tão frágil nos gatos. Ari vive como quem foi amaldiçoado e nem toda ração ou amor podem retirar dele a treva.

27.7.09

Um astronauta vagando pela órbita da lua, perdido, sem contato com a terra, dentro de uma pequena espaçonave há dezessete dias. Sua situação é crítica, os suprimentos de oxigênio, estão no fim, o ar ainda não falta, mas está na eminência de extinguir-se. Os danos são irreverssíveis. Não há sinal algum de que a salvação esteja próxima. Sozinho e isolado do mundo, ele observa o universo de um lugar privilegiado, vê a Terra ao longe e não consegue tomar a atitude mais adequada a crise que enfrenta : uma pequena pílula – chamada pelos astronautas de pílula de segurança – que lhe daria uma morte calma e indolor. Todos dias, Virgílio – esse é o nome do astronauta - planeja ingerir a pílula, todos os dias ele adia a fatalidade, ainda esperando que alguma coisa possa acontecer.

MEUS ÚLTIMOS PASSOS PELA LUA

25.7.09

LISTA DE MOTIVOS III


Bolinho de Chuva

Coca-cola Gelada

Gol do Flamengo

Serafim/Ari

Sono - cair de sono

Namorada;

Irmã;

Irmão.

Respirar rápido

Escrever outra peça

Terminar de escrever o primeiro - e o segundo - filme,

Tomás

Francisco

Legião/Kid Abelha

Toddy

Ir a Salvador

4.7.09

UM ESPAÇO/VÃO

Para esticar as pernas entre Dani, Serafim, Ari e Jean Santeuil que espa(e)lha Marcel Proust em mais de setecentas páginas pela cama e pelo rumo das mãos - o rumo que tomam as mãos em direção às palavras. Nunca vou escrever um romance.

"E nesse instante a água tinha sido mudada sem que a tivessem tocado."